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João Luiz Vieira

Você arrasta cadáveres dos relacionamentos? É comum e prejudicial

João Luiz Vieira

06/11/2017 13h13

Taymtaym

Como sexo e morte se confundem e se nutrem, vamos falar sobre amantes e cadáveres? Arrastar cadáver, para ser preciso. É o mesmo que você se separar convictamente de alguém, mas por gentileza, misericórdia ou inércia, manter a pessoa ligada ao seu peito ou à sua cabeça. Isso é ruim para todo mundo, na opinião deste humilde colunista. A ver:

1. Para quem arrasta: você fica preso a alguém que não emana mais energia, não acrescenta, não o favorece, não transa como você merece porque, simplesmente, não o quer ou não o quer mais. É o caso? Por pena, por dinheiro, porque o pênis é maior que 25 centímetros?

2.Para quem é cadáver: receber atenção, acreditar que é querido e, pior, tesudo, por alguém que, de fato, só está com você até aparecer outro melhor? Não valeria a pena olhar para a frente, e não mais para os lados?

3.Para quem está chegando agora para se relacionar com um dos dois e vê toda a cena: o quadro é quase o umbral. Pense comigo. Você está livre, leve e perfumado, interessa-se por um arrastador ou um cadáver que, tecnicamente, estão dispostos a mudar de vida. Isso até a página dois. Na sequência, surgem bloqueios de agenda. O cadáver pede visitas, o arrastador corre da sua cama para amparar. Os dois impedem a aproximação do terceiro elemento.

É amor ou é falta de alguém da perícia encaminhar a certidão de óbito e identificar a causa mortis? Amar é oxigênio, é não dever mais nada a ninguém, é voar.

Sobre o autor

João Luiz Vieira, 47, é jornalista, roteirista, letrista e educador sexual, ou sexólogo, como preferir. Ele tem dois livros lançados como coordenador de texto: “Sexo com Todas as Letras” (e-galáxia, fora de catálogo) e “Kama Sutra Brasileiro” (Editora Planeta, 176 páginas). É sócio proprietário do site paupraqualquerobra.com.br e tem um canal no YouTube: sexo_sem_medo.

Sobre o blog

No blog dialogo sobre tudo o que nos interessa para sermos melhores humanos: amor e sexo. Vamos encurtar o caminho entre a dúvida e a certeza, e quanto mais sabermos sobre nós, teremos, evidentemente, mais recursos e controle a respeito do que fazer em situações inéditas ou arriscadas de nossa intimidade. Trocaremos todas as interrogações por travessões. Abra seu cabeça, seu coração e... deixa pra lá.

João Luiz Vieira